“O meu mais fervoroso desejo sempre foi o de conseguir me expressar nos meus filmes,
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
Escultor do tempo narrativo
“O meu mais fervoroso desejo sempre foi o de conseguir me expressar nos meus filmes,
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
11 de setembro, 11 filmes para relembrar
11 diretores de várias partes do globo uniram-se para realizar seus curtas da maneira que quisessem, contendo suas impressões e versões do fato. Cada um recebeu 400 mil euros (mais ou menos R$ 1,2 milhão), mas respeitando a cláusula do contrato que previa que não poderiam comunicar aos demais realizadores o que pretendiam fazer. A história teria que abordar a data crucial, direta ou indiretamente, e cada episódio deveria ter a duração de 11 minutos e 9 segundos cravados. A apresentação que se segue é a ordem em que os episódios são exibidos em "11'09''01".
Uma fábula esperançosa veio de Burkina Faso pelas mãos de Quedraogo Idrissa. Um dos melhores episódios de "11'09''01", é sobre alguns meninos que avistam Bin Laden no seu povoado e resolvem capturá-lo para receber a recompensa milionária dos americanos. É delicado, feito com criatividade, abordando a triste situação do continente por uma ótica diferente, que não é piegas nem muito ideológica. Ken Loach não precisa de apresentações. É um cineasta super premiado, instigante e talentoso. O episodio dele coloca um chileno exilado na Inglaterra recordando outro 11 de setembro, o de 1973, dia do golpe de estado contra o presidente Salvador Allende. Loach foi bem sucedido ao contar, utilizando basicamente imagens de arquivo, a participação americana na ação. Resultou disso um filme, do ponto de vista narrativo e estético, didático demais, engajado demais, tentando doutrinar demais o público. Apesar disso, é emocionante, fala sobre exílio, tragédia, dor de um povo, no melhor estilo documental e realista do britânico.
Chegamos ao episódio do garoto-prodígio Alejandro Gonzáles Iñarritu. Com ares de videoarte, é um filme pretensioso, aonde a tela escura e sem imagens (a maior parte do tempo) domina o filme, com sons e ruídos da televisão e rádio de todo o mundo sobre o 11 de Setembro. Algumas vezes, a tela se ilumina para mostrar cenas de corpos caindo do World Trade Center. Enfim, é tolo, é chato, não faz nada, a não ser repetir a cena dos corpos despencando das torres, querendo ser chocante. De Israel, das mãos habilidosas de Amos Gitai, surge um episódio bacana, aonde uma apresentadora ‘musa’ do noticiário de TV, chega ao local de um atentado kamikaze numa rua em Jerusalém, um pouco antes dos ataques em Nova Iorque. Amos quer traçar paralelos entre o terrorismo político e o terrorismo midiático. Para isso ele utiliza muitos planos-sequência, quase sem cortar os takes. Mesmo assim, entrega um filme sutil e crítico, tantos aos EUA quanto ao governo israelense.
Entregando o último trabalho de uma carreira muito prolífica, o japonês Shohei Imamura realiza um episódio onde um ex-combatente de guerra (2ª Guerra Mundial) que, na volta para seu vilarejo natal, não fala, não anda, não convive entre os homens. Seus hábitos viraram os de uma cobra: ele rasteja, engole ratos inteiros e, se não for cercado, desaparece para viver na natureza. Filósofico, um retrato da natureza humana, de uma dureza narrativa que só um cineasta como Imamura seria capaz de filmar. Mira Nair filma em NY. Ela, indiana, conta a saga de uma família de paquistaneses muçulmanos, imigrantes, já americanizados, que vêem o filho desaparecer no dia da tragédia. Eles saem pelas ruas, junto com FBI, que procuram o menino pelos motivos errados: acreditam que ele seja um terrorista. O filme de Mira carece de surpresas e substância. É raso, apesar de abordar o preconceito dominante nos EUA.
terça-feira, 23 de setembro de 2008
JMS e a problemática do Documentário Brasileiro
"A tirania do tema único é sobretudo a tirania do personagem sem movimento, paralisado num enredo único e pobre. De um modo geral, nosso cinema deveria olhar menos para baixo e erguer os olhos, se não para cima, onde estão os poderosos, ao menos para os lados: cineastas falando do seu mundo. Do contrário, passaremos a vida repetindo a mesma fórmula de 90% dos filmes não-ficcionais brasileiros: os que têm, repletos de piedade e de indignação, filmam os que têm menos ou nada têm. Chega de tanto zelo missionário, de tão bons sentimentos. Por que não enfrentar o que é realmente difícil? A vida da gente, os nossos afetos, a nossa eventual mediocridade, a nossa eventual impotência? Basta olhar a Argentina e aprender um pouco com eles. A respeito do debate do tráfico, acho que já estamos fazendo isso há muito tempo. **Certamente não é o cinema que dará uma contribuição importante para a discussão. Não é o nosso papel. O papel do cinema é refletir sobre si mesmo. É avançar a gramática".
João Moreira Salles, documentarista
quarta-feira, 18 de junho de 2008
cantando no Cinema
"A few years ago, I had a dream. It began in the summer and was over by the following spring. In between, there were as many unhappy nights as there were happy days. Most of them took place in this café. And then one night, a door slammed and the dream was over."
...for the later parade
sábado, 25 de agosto de 2007
O Banquete Estético da Arte Cinematográfica
Para o cineasta Peter Greenaway, um filme é feito sobretudo de imagens
Se você quiser contar histórias, seja um escritor e não um cineasta", disse Greenaway pouco antes da estréia de O Cozinheiro, o Ladrão, sua Mulher e o Amante, em 1989. Marcado pelo estilo barroco de figurinos e cenários, o filme acaba de ser lançado em DVD e confirma ser o melhor longa-metragem do cineasta até o momento. Apesar da ênfase na plasticidade de cada seqüência, O Cozinheiro, o Ladrão, sua Mulher e o Amante não desmerece a força de uma boa história que lembra o teor visceral das tragédias clássicas gregas. Morte, sexo e poder norteiam a história do gângster Albert Spica (Michael Gambon) que janta todas as noites no restaurante Le Hollandais em companhia de seus capangas e da esposa Georgina (Helen Mirren). Cansada do comportamento violento do marido, Georgina começa a flertar com o bibliotecário Michael (Alan Howard). A traição estimula Spica a preparar uma cruel vingança contra Michael, que por sua vez será vingado por Georgina. Enquanto isso se evidencia o contraste entre o rico e pedante Spica, que também é proprietário do restaurante, e o humilde e atencioso chef de cozinha Richard. E, no meio de toda a trama, um garotinho pontua cada ato com uma melancólica canção como se suprisse o papel do coro trágico.
Sensações oriundas do baixo ventre exercem suma importância
Convém observar o quadro "Banquete dos Oficiais da Companhia da Guarda de São Jorge", do holandês renascentista Frans Hals, que propositalmente enfeita a parede do salão principal do restaurante para dar conta do exercício de poder de Spica, durante as fartas e exóticas refeições, e também para criticar os bons costumes da Grã-Bretanha. Todo o moralismo britânico e cristão desmorona na cena final, que apenas os espectadores de estômago forte conseguem suportar e é de um lirismo primoroso, onde Georgie desafia o marido a cumprir o prometido, a devorar o amante morto.
domingo, 19 de agosto de 2007
Spielberg melhorado? sem comparações.
A Dama na Água mesmo com todo os seus defeitos é o mais belo filme de M. Night Shyamalan. E eu os digo o porque: É uma declaração de princípios à sua forma de fazer cinema, uma carta de amor à mise-en-scène. Toda a engrenagem de seus filmes está exposta nesta fábula. Nunca vou esquecer-me da forma como ele constrói a aparição da ninfa do mundo aquático Story desde o primeiro plano do filme, simplesmente anulando o contracampo; o extremo cuidado com o plano final de Cleveland refletido na água; e a beleza do tempo de corte no fade out final. Simplicidade que se transforma em imagens singelas e com uma magia extra, cortesia também da fotografia de Chris Doyle.
Qual outro cineasta construiria tão belos planos dentro de um filme Hollywoodiano nos dias de hoje? com exceção de WKW, creio que somente o realizador indiano. Já aguardo ansiosa seu próximo filme.
sexta-feira, 27 de julho de 2007
¡ Letal !
Un Año de Amor
Lo nuestro se acabó
y te arrepentirás de haberle puesto fin
a un año de amor.
Si ahora tú tevas
pronto descubrirás
que los días son eternos y vacios sin mí.
Y de noche, por la noche,
por no sentirt solo
recordarás
nuestros días felices,
recordarás el sabor de mis besos
y entenderás
en un solo momento
qué significa
un año de amor.
Te has parado a pensar
lo que sucederá,
todo lo que perdemos
y lo que sufrirás?.
Si ahora tú te vas no recuperaraás
los momento felices que te hice vivir.
Y de noche, por la noche,
por no sentirte solo
recordarás el sabor de mis besos
y entenderás
en un solo momento
qué significa
un año de amor.
Y entenderás
en un solo momento
qué significa
un año de amor.