
“O meu mais fervoroso desejo sempre foi o de conseguir me expressar nos meus filmes,






Entregando o último trabalho de uma carreira muito prolífica, o japonês Shohei Imamura realiza um episódio onde um ex-combatente de guerra (2ª Guerra Mundial) que, na volta para seu vilarejo natal, não fala, não anda, não convive entre os homens. Seus hábitos viraram os de uma cobra: ele rasteja, engole ratos inteiros e, se não for cercado, desaparece para viver na natureza. Filósofico, um retrato da natureza humana, de uma dureza narrativa que só um cineasta como Imamura seria capaz de filmar. Mira Nair filma em NY. Ela, indiana, conta a saga de uma família de paquistaneses muçulmanos, imigrantes, já americanizados, que vêem o filho desaparecer no dia da tragédia. Eles saem pelas ruas, junto com FBI, que procuram o menino pelos motivos errados: acreditam que ele seja um terrorista. O filme de Mira carece de surpresas e substância. É raso, apesar de abordar o preconceito dominante nos EUA.
Para finalizar, Sean Penn, o ator, diretor, roteirista e democrata ferrenho, enche o espectador de grandes expectativas. O episódio retrata um policial aposentado (o grande Ernest Borgnine), depressivo e sozinho, morando num apartamento acabado, próximo as Torres Gêmeas. Acorda no dia 11 de setembro com o Sol invadindo o apartamento e na TV, passam cenas do ataque ao World Trade Center, mas a atenção dele está focada nas flores que estão na janela, herdadas da mulher e que, milagrosamente, voltam a florescer. É uma bela narrativa, ainda que muito subjetiva e numa abordagem que foge do eixo temático, de um lirismo redentor que deve ter dado certo alívio a Penn, que preferiu não entregar uma história mais vigorosa aos abatidos americanos. 

kino = cinema
kínesis (abrev.kine) = movimento
O "Movimento amoroso" de imagens percebidas pelo olhar....
Aqui, considerações antes, durante e depois do pôr-do-sol sobre Cinema, vida e a estetização das coisas.